
O Nascimento de Vênus é uma pintura de Sandro Botticelli. Esta obra está exposta na Galleria degli Uffizi, em Florença, na Itália. É provável que o quadro tenha sido feito por volta de 1483, sob encomenda para Lorenzo di Pierfrancesco, que a teria pedido para enfeitar sua residência, a Villa Medicea di Castello.
No quadro, a deusa clássica Vênus emerge das águas em uma concha, sendo empurrada para a margem pelos Ventos D'oeste, símbolos das paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora (as Horas eram as deusas das estações), uma manto bordado de flores. Alguns especialistas argumentam que a deusa nua não representaria a paixão terrena, carnal, e sim a paixão espiritual. Apresenta-se de forma similar a antigas estátuas de mármore (cujo candor teria inspirado o escultor do século XVIII Antonio Canova), esguia e com longos membros e traços harmoniosos.
O efeito causado pelo quadro, no entanto, foi um de paganismo, já que foi pintado em época em que a maioria da produção artística se atinha a temas católicos. Por isso, chega a ser surpreendente que o quadro tenha escapado das fogueiras de Savonarola, que consumiram outras tantas obras de Botticelli que teriam "influências pagãs".
Propostas de uma mudança de paradigma que representam o nascimento de uma nova idéia, de um novo olhar sobre o homem, tal como é a INCLUSÃO, podem, semelhantemente, à obra de Botticelli serem consideradas e vistas como algo pagão, no sentido, da grande massa humana ainda, infelizmente, não compreender a real concretude humana (sujeito integral, sócio-histórico-cultural) e o verdadeiro sentido da inclusão (sujeito biopsicossocial).
O termo "pagão" é uma adaptação cristã de "gentio" do judaísmo, apresenta conotações pejorativas que se relacionam a pecado, mundanismo. Quando alguém considera inclusão como “incluir” o inferior, o subhumano e/ou o menor à grande massa, buscando enquadrá-lo, adaptá-lo ao esperado, aos dogmas e normas sócio-determinadas, acaba agindo pejoravamente ao desconsiderar a singularidade humana.
Portanto, façamos uma analogia: propor uma mudança de paradigma sobre o tema da INCLUSÃO, é evitar que esta seja lançada NA FOGUEIRA DE SAVONAROLA.
Todavia, deixemos que a Vênus (inclusão de todo e qualquer homem) enquanto algo supremo, nobre, nasça nos nossos pensamentos e corações ao compreendermos que somente um olhar para além da medriocidade (padrões sócio-determinados) pode dar conta da grande imensidão humana.
Por Ana Luiza Wuo Maia
Oi Mari!
ResponderExcluirEsse quadro é Fantástico! Eu gosto muito dele apesar de desconhecer dessas informações que foram postadas... acho que agora o admiro mais...
Outro quadro de Botticelli que eu admiro muito chama-se Calúnia de Apeles, é muito poético e caracteriza todos os "sentimentos" (raiva, a calunia, a verdade, etc) que influenciam naquele Julgamento de apeles pelo Rei Midas. (http://manifesto-surrealista.blogspot.com/2009/09/calunia-de-apeles.html)
Tenho visitado o blog! Tá muito Legal!
Bjos
Thay
É preciso um novo olhar sobre o homem. É preciso não enquadrar o ser humano às regras como se as pessoas fossem produzidas em série! Cada ser é único na sua semelhança e na sua diferença. Respeitar as diferenças é o novo desafio. Há um número crescente de literatura a respeito da Inclusão, mas a aplicação prática ainda é sofrível.
ResponderExcluirParabéns pelo texto que abre o leque para novas discussões e ações! Parabéns!
Olá Thaynara....
ResponderExcluirSempre gostei muito e admirei as obras de Botticelli...Muito polêmico para a época....Mas foi um dos homens mais importantes do período do Iluminismo!!!! Por isso, que nos permite tantas reflexões!!!
Maria Helena, este texto busca justamente estas reflexões....A cerca do homem e sua concretude! Acredito no real nascimento de Vênus como meio do real sentido e consideração da Inclusão, de todo e qualquer homem!
ResponderExcluirEsse quadro é muito lindo!!!!
ResponderExcluirEsse quadro é muito lindo!!!!
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